No dia 13 de março de 1989, o Papa João Paulo II criava a Diocese de Santo Amaro. Na noite de 27 de maio do mesmo ano, a pequena Igreja no Largo 13, transformada em Catedral, assistia à chegada de uma pequena multidão que, apinhada no seu interior, acompanhava a posse do 1.º Bispo diocesano, D. Fernando Antônio Figueiredo, que recebia das mãos de D. Paulo Evaristo Arns o báculo, símbolo de autoridade e de serviço sobre uma região que teria nos inícios de 2014 praticamente 3 milhões de habitantes. O desafio era imenso. A sociedade passava por uma profunda transformação. Marcada por grandes diferenças sociais e num mundo pluralista, era a Diocese recém-criada convidada a colocar-se como sinal e presença de unidade, no respeito a todos, sem deixar esvair-se o apelo em defesa dos mais pobres e injustiçados. O Evangelho devia chegar a todos e encontrar guarida em cada lar e em cada coração. A Diocese não podia se fechar sobre ela mesma. Jamais. O estímulo era dado pelo próprio Papa que, em 5 de outubro do mesmo ano, apresentava-se na Assembleia das Nações Unidas e, a modo dos primeiros cristãos, testemunhava em favor da dignidade do homem e da paz. Se o Papa Bento XVI permitiu-nos descortinar um horizonte de esperança e de amor, lançando-nos na necessidade de uma colaboração entre as diferentes culturas e mentalidades, o Papa Francisco, num sorriso aberto e cativante, traz-nos ânimo e coragem para irmos ao encontro de todos, levando-lhes a mensagem evangélica da esperança e do amor.
Assim, desde o início, lançamo-nos na ingente missão de evangelizar e tornar a Igreja presente em todos os quadrantes de seu populoso território, criando paróquias nos diversos bairros e nas múltiplas dobradas da Diocese. As paróquias se ampliaram e muitas outras surgiram, passando de 34 para 110, gerando inúmeras comunidades. As atividades pastorais intensificaram-se e, no poder generoso do Senhor, de 40 Padres, chegamos hoje ao número de 200 Padres, ardorosos missionários, que voltados à evangelização e fortalecidos pelo Espírito Divino levam a Palavra do Senhor não só a outras regiões do Brasil, desde Amazonas e Mato Grosso, mas também reforçam as lides apostólicas realizadas pelos irmãos presbíteros na França, em Portugal e na Itália. O sopro divino, que deu vida à criação, suscitou grupos de jovens que assumiram a vida consagrada a Deus, dando origem a quatro Institutos Diocesanos. Causa de alegria são as visitas aos vários seminários, onde o Espírito, “escada de nossa subida para Deus” (S. Irineu), age e prepara os futuros padres seculares e religiosos para proclamar a todos o mistério da misericórdia divina. No entanto, nossa alegria espiritual perderia sua beleza e exuberância se a Diocese não tivesse leigos engajados e comprometidos com o Evangelho. Eles formam grupos diferenciados, que ajudam a consolidar a missão confiada ao Bispo diocesano: ser sinal de unidade na caridade, perante a rica diversidade da multiforme ação divina.
E não só. No centro mesmo de nossa atividade evangelizadora, cresce a certeza de que, sem uma verdadeira e sincera vida de oração, todo o nosso trabalho seria efêmero e sem consistência. A oração, que nos aproxima sempre mais de Deus, orvalha nossa ação pastoral e tem como fonte as celebrações eucarísticas e a prática da leitura da Palavra de Deus. Com este propósito, foram criados, ao longo da Diocese, alguns Santuários, que marcam a paisagem da vida diocesana, dinamizando a participação dos fiéis nas paróquias e nas diferentes pastorais, sobretudo as que procuram socorrer e promover os que se veem marginalizados, aflitos e angustiados. O Santuário Nossa Senhora de Fátima, o primeiro a ser criado, invoca a padroeira da Diocese e nos congrega no amor ao seu Filho Jesus e, nele, no amor aos nossos semelhantes. Pouco mais tarde, ergueu-se o Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus, que, tendo a capacidade para acolher perto de cem mil pessoas, reúne semanalmente, em oração, pessoas provenientes das mais diversas regiões do Brasil. Pelos Meios de Comunicação, particularmente Rádio e Televisão, as celebrações percorrem os espaços do Brasil e de muitos outros países. Nesses 25 anos, ergueram-se dois seminários para a formação de futuros padres seculares e alguns outros seminários para formar religiosos e padres dos Institutos religiosos, possibilitando a criação do Instituto São Boaventura, dedicado ao estudo da Filosofia e da Teologia. No entardecer do dia 10 de dezembro de 1.993, com a presença do Núncio Apostólico D. Alfio Rapisarda, de diversos bispos, padres e fiéis, inaugurava-se a Cúria diocesana, que se tornou lugar referencial para a vida administrativa, pastoral e formativa dos Padres e dos fiéis leigos, que periodicamente aí se reúnem para aperfeiçoar-se na vida apostólica e fraterna, e superar-se na prece e nos estudos dos documentos da Igreja.