Homilia de Dom José Negri: Abertura do Ano Pastoral 2016
Prezados Irmãos no sacerdócio, diáconos, consagrados, seminaristas, membros das Novas comunidades, fraternidades, Movimentos e povo de Deus.
É com grande alegria que quero abrir este Ano Pastoral juntamente com todos vocês que aqui vieram. Desejo que, nos próximos anos, a data de abertura da Campanha da Fraternidade coincida com o início do Ano Pastoral e com a admissão dos candidatos ao Diaconato e Presbiterato.
O pano de fundo deste ano será o Ano Santo da Misericórdia, proclamado pelo Santo Padre, o Papa Francisco. Será à luz deste ano extraordinário que deveremos enxergar todas as nossas atividades e perguntar-nos se, afinal, a misericórdia será somente uma palavra inflacionada, empregada à desmedida, ou se, de fato, se tornará uma realidade autêntica para a nossa vida diocesana.
A Palavra de Deus sempre orienta os nossos passos e, quando pensei nesta missa, me coloquei na escuta do Espírito, para que ele continue a falar à nossa Igreja, e para que nos diga como poderemos viver bem este ano pastoral.
No texto que acabamos de ler, do profeta Isaías, percebemos que Deus se mostra descontente com o povo, que está muito preocupado com os jejuns, com as súplicas, com os rituais, mas se esqueceu completamente do relacionamento com o próximo. Diz o profeta: “É porque ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas”. O profeta coloca em relevo que a comunhão é fundamental para o povo e que as brigas, litígios e agressões devem acabar. Agrada a Deus um clima de unidade e serenidade, de fraternidade e de amor recíproco, que deveriam existir antes dos rituais. Como é importante a comunhão entre nós!… Lutemos, sim, mas para salvar sempre esses laços de união que fazem crescer a nossa Igreja.
Continuando com esse texto, vemos que Isaias sugere que existe outra forma para agradar ao Senhor: a caridade, a sensibilidade, a preocupação com o outro. “Acaso não é outro o jejum que prefiro? Não é o repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”.
Para comentar esse trecho desejo ler antes as palavras que o Papa escreveu, a respeito da nossa Campanha da Fraternidade. (ler o texto) Ele nos estimula a “tocar a carne sofredora dos outros”; Isaias é ainda mais forte, quando diz: “Não desprezes a tua carne”. Nós somos o corpo de Cristo, nós somos a carne de Cristo e, quando um entre nós sofre, todos nós sofremos. O que nos falta, muitas vezes, é a capacidade de despertar o interesse pelo o outro, evitando cair no erro do indiferentismo, que nos torna tão egoístas, ao ponto de nem perceber se o irmão que está ao nosso lado encontra-se bem ou está mal, se passa fome ou se está nu!
Viver a Campanha da Fraternidade deste ano – “Casa comum, nossa responsabilidade” – significa, portanto, responsabilizar-se por todos os que fazem parte da casa que Deus nos deu na criação e que nela vivem. Responsabilizar-se para que cada um de nossos irmãos tenha um ambiente digno e consequentemente também uma vida digna.
Os cinco jovens que hoje serão admitidos às ordens sagradas nos oferecem a oportunidade de pensar que na vida, em nosso tempo, existe alguém que se dispõe a seguir o Senhor no caminho do desprendimento e do serviço ao próximo. A nossa igreja diocesana muito se alegra por acolher esses jovens nas etapas futuras do caminho de formação que os levará ao Diaconato e ao Presbiterato. Empenhemos-nos em rezar por eles, para que possam ser fiéis e para que consigam preparar-se adequadamente para poder servir à nossa Igreja.
Por último, lembro que estamos nos preparando para o centenário das aparições de Fátima. No dia 13 de maio festejaremos a nossa Padroeira, com uma procissão luminosa que da catedral nos levará até o Santuário de Nossa Senhora de Fátima.
Sob o amparo e a proteção da Nossa Mãe queremos colocar toda a nossa Diocese, o Ano Pastoral que se está iniciando e todas as vocações sacerdotais, religiosas, missionária e de vida consagrada.
Dom José Negri, PIME – 12/02/2016